sexta-feira, julho 17, 2009

DESIGN IS NOT CHARITY - MANIFESTO
Quem passa por Naulila Luis design, sabe que raramente escrevo na primeira pessoa.
Mas já há alguns largos meses, para não falar em anos, que me apetece falar sobre este assunto:"design is not charity" - Design não é caridade, em português, para reforçar ainda mais esta ideia.
Acho que há uma ideia muito generalizada em Portugal, que o que um jovem designer ambiciona, assim que acaba a faculdade é ter uma peça sua comercializada na marca, X, Y, Z. Ora isto até pode ser verdade...mas o tal jovem designer também quer ser pago pela sua ideia, como qualquer profissional de outra área. Ora esta situação, ( os jovens profissionais serem pagos pelo seu trabalho), não acontece na maioria das vezes. A marca X, Y, Z ainda acha que os jovens profissioanis deveriam achar que têm muita sorte em estarem representados na marca X, pois vão ter um execelente curriculo, futuro, etc, graças a estas... e que provavelmente irão ser convidados pela maca Y, por ja terem trabalhado na marca X....Pois isto tudo dá origem a um ciclo vicioso....pois a Marca Y também não está muito interessada em pagar aos jovens designers pelo seu trabalho. No fundo há aqui uma contradição: as marcas vão vender os projectos dos designers, vão receber dinheiro pelas suas vendas. E o autor da peça? Em que lugar fica nesta situação?
Ora se eu sei que todos os designers estrangeiros são pagos pelo seu trabalho enquanto profissionais...
O que se passa aqui, no país em que vivemos? E agora eu coloco a questão: De quem é a culpa desta situação? Do mercado, das marcas, da crise...dos próprios designers?
Ora eu considero que todos têm a sua quota parte de culpa...mas acho que a culpa começa nos próprios designers.A faculdade não ensina os designers a negociarem com as marcas. contudo é algo que ao longo do tempo, o tempo encarregará de os ensinar. Será que há uma falta de auto-estima generalizada no design português? Será que os designers ainda não acreditam o suficiente no seu trabalho, para exigirem serem pagos por estes? Penso que chegou a altura de reflectirmos sobre este assunto em Portugal...
Eu considero que a união faz a força...e que a maioria dos designers seja em que área for deveria revindicar dos seus direitos e exigirem que fossem pagos, pelas suas ideias, pelo seu trabalho. Só assim nos tornaremos um grupo de profissionais mais forte, mais coeso.
E lembrem-se que design is not charity....é trabalho
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4 comentários:

Anónimo disse...

we can do it!

Ruben Pedro disse...

Viva

Poderia abrir aqui uma thread análoga à área da informática, onde se passa mais ou nenos o mesmo. Embora as empresas explorem ao máximo os limites dos trabalhadores, isso acontece apenas porque estes o permitem. O grande problema é que não se pode actuar individualmente, apenas a união poderá criar a pressão necessaria para mudar este cenário. Não sei se é o vosso caso, mas na informática faz falta um organismo sindical que defenda os nossos interesses. No entanto o comodismo, a falta de união e - passe a expressão - a falta de tomates impede-nos de tomar uma posiçao respeitada e digna de valorizar o nosso trabalho. Uma espécie de prostituição portanto...
Sensível a este assunto, compreendo que a limitação imposta pelas empresas X, Y e Z se prende a dois factores essenciais: Um país tão pequeno como Portugal impede os trabalhadores movimentarem-se livremente entre empresas (de renome) pois apresentam-se escassas e acredito que haja "inside informations" entre as mesmas (...). Outro factor deve-se ao boom de recém-licenciados que reúne as condções ideais, promovidas pelo governo, permissivas de reciclar estagiários a preço de ferro... quem fica a perder é a qualidade, mas aí estamos a entrar noutro domínio.

Anónimo disse...

Boa tarde.
sim eu também acho que há muita passividade dos designers em geral em relação a certas situações no mercado de trabalho, no fundo não só acontece com os designers mas com os licenciados no geral.
Contudo há certas "classes" no mercado de trabalho...que continuam a ser bem pagas...Porque será que uns conseguem receber o que acham q é merecido e outros não? Será que reinvindicam mais? Ou será que já trazem uma herança da classe a que pertencem, que lhes permite q continuem a ser pagos de uma forma mais justa..Fica para pensarem..


Carla Costa

Sílvia Lourenço disse...

Boa noite,

BRAVO!!!

Também eu quero deixar escrito o meu manifesto!

É verdade…Cabe-nos a nós, enquanto jovens travar o abuso a que somos sujeitos por uma sociedade parasita que vive de aparências! O nosso silêncio não passa de uma atitude conivente e até certo ponto cobarde… ( Contra mim falo)
Nesta altura estamos a falar de uma Coca-Cola, uma marca mundialmente conhecida, que está a usar o seu bom nome para fazer uma Campanha, digamos…até certo ponto interessante, mas não necessitamos de ir tão LONGE…fiquemos aqui pelo nosso País…Entidades de Renome como a Experimenta Design usam o seu “ Bom Nome” para mais uma vez explorarem Jovens Talentos crentes na boa fé dos outros…o que é normal…! Só que tudo na vida tem limites, facto é que entidades como esta vendem objectos de jovens artistas a preços digamos “ Bastante Simpáticos”, e resta ao artista pedinchar a sua migalha! ( Como se assim tivesse de ser!!)Ora bem…mas à custa dos outros também eu sou BOA!!
Designers como a Naulila, acreditaram numa causa, e lutam por aquilo que acham ser o defensável. Esta atitude não devia ser só da “classe de Designers”, mas de toda uma Juventude, até há pouco tempo apelidada de Rasca…

Talvez todos juntos possamos mudar o nosso nome da nossa GERAÇÃO!!

Sílvia Lourenço